Judy Chicago

1939-

Chicago, Illinois-EUA

Artista, educadora e escritora, Judy Chicago é uma das mulheres mais importantes da luta feminista na arte. Se graduou na UCLA e na década de 60 e teve forte presença na cena institucional questionando os papéis de gênero e o espaço das mulheres na produção contemporânea. Participou de importantes exposições de vanguarda minimalista, mas rapidamente passou a revelar um posicionamento feminino e feminista explícito em seus trabalhos. Como docente, teve experiências em diversas instituições, com uma turma de alunas fiel e dedicada aos seus ideais, que incluíam disciplina e rigor na produção. Fundou, junto com Miriam Schapiro, o primeiro programa de arte feminista em uma universidade, na CalArts, com uma abordagem pedagógica que continuou a desenvolver ao longo dos anos – no The Feminist Workshop, um programa experimental; e em seu desdobramento, Womans Building, espaço que ficou muitos anos ativo na formação de centenas de artistas mulheres. Sustentou uma prática incrivelmente diversa, experimentando múltiplos materiais, indo do ferro ao fogo, e técnicas plurais, desde a pintura até a performance, incorporando habilidades artísticas de estereótipo feminino com habilidades consideradas masculinas: pintura automotiva, soldagem, pirotecnia. Judy Chicago sempre se interessou por temas grandes, como nascimento, história das mulheres, construção da masculinidade, holocausto, morte e extinção. Talvez a sua obra mais emblemática e que mais dívida opiniões e críticas seja a instalação The Dinner Party (1979), uma mesa de banquete triangular na qual homenageia mulheres lendárias e históricas. A artista produz ativamente até hoje e, mesmo após mais de 5 décadas de contribuições para uma mudança ativa da arte, afirma que “ainda há muito a dizer sobre a representação e autonomia das mulheres em nossa cultura em geral”.

  1. Retrato de Judy Chicago
  2. “It is really hard for women in the arts to just do what we want to do. Why should it have been so hard for me to be an artist and make a contribution?”
  3. Rainbow Pickett (1965)
  4. Bigamy Hood (1965)
  5. Heaven is for White men Only (1973)
  6. Earth Birth, from the Birth Project (1983)
  7. The Dinner Party (1979)

Miriam Schapiro

1923-2015

Toronto, Canadá

Miriam Schapiro foi uma das primeiras artistas do movimento de arte feminista. Se graduou pela Universidade de Iowa e incursionou pela pintura no âmbito do expressionismo abstrato, estilo vigente na época dominado predominantemente por homens. Vivendo em Nova York, estava sempre dividida pelos papéis diferentes que tinha que performar: mulher, mãe, esposa, artista. Essa fragmentação levou Schapiro a enfrentar diversas crises no trabalho, inclusive até em um momento sentindo perder a capacidade de pintar. Passou, então, a explorar cada vez mais aspectos autobiográficos e pessoais em suas obras, cheias de simbolismos dessas várias partes fragmentadas da mulher na sociedade. Seu posicionamento ideológico cada vez mais alinhado ao feminismo logo se tornou um pilar de sua pesquisa, tendo sido uma artista muito influente não apenas na arte, mas também nas estruturas políticas-sociais. Na década de 70 foi uma das fundadoras do programa de arte feminista na inovadora escola de arte California Institute of the Arts, junto com Judy Chicago, onde estabeleceu bases importantes para um ensino feminista. Também com Judy Chicago, entre 1971 e 1972, criou a instalação “Womanhouse”, que usou ícones do trabalho doméstico para explorar os processos e a história da construção de gênero, ligando a herança cultural feminina com a expressão feminista progressista. Foi uma das fundadoras do movimento Pattern and Decoration, onde buscou reverter o preconceito do sistema com produções consideradas ornamentais, decorativas ou artesanais. Miriam Schapiro – conhecida como “Mimi” por suas amigas – chamou suas obras de “femmages”, pois traziam elementos inspirados nas artes e ofícios domésticos e artesanais, formando um híbrido entre pintura, costura e colagem. Também fez um estudo sobre si e sua ancestralidade como artista, ministrou aulas e deu palestras até o final de sua vida, deixando um extenso corpo de trabalho, coeso e representativo, e um legado como artista e educadora.

1. Retrato de Miriam Schapiro em seu ateliê
2. “Where is the mirror in the world to reveal who I am?”
3. Fanfare (1958)
4. Shrine (1964) – University of Iowa Stanley Museum of Arte
5 Ox (1968) – Brooklyn Museum
6. Anonymous was a Woman (1976) – Brooklyn Museum

Carolee Schneemann

1939-2019

Pensilvânia, EUA

Carolee Schneemann é considerada pioneira da performance e da body art. Suas contribuições para a arte feminista são imensuráveis, tendo trazido para sua obra questões de gênero e tabus sociais de maneira explícita e extremamente provocadora. No início de sua carreira foi pintora – e se definiu assim até o fim de sua vida, mesmo tendo também se tornado performer e realizadora. Se graduou em filosofia e poesia no Bard College, em pintura na Columbia University e fez seu mestrado na University of Illinois. Se dedicou a pinturas expressionistas abstratas, tendo um afeto especial para criações que ampliassem os movimentos das pinceladas e explorassem uma gestualidade dramática. Não tardou a ampliar seu campo de atuação para espaços tridimensionais, compondo performances que estudavam a relação entre poder e corpos, utilizando a si mesma, outras pessoas e materiais orgânicos e inorgânicos nas composições. Assim, foi uma das precursoras da performance como conhecemos hoje. Em 1962, ajudou a fundar o Judson Dance Theater, espaço que permitia que dançarinos e artistas apresentassem seus trabalhos fora do eixo ortodoxo e convencional. Em 1964, Carolee Schneemann lançou duas performances que a consagrariam na cena contemporânea: “Meat Joy”, no qual performers seminus interagiam em uma espécie de jantar ritualístico que culmina em vários tipos de carne animal e outros materiais sendo jogados uns nos outros; e o filme “Fuse”, no qual ela se filma fazendo sexo com seu companheiro e utiliza o rolo de filme para composições com fogo, tinta, linha e colagem. A artista usou o seu corpo como matéria principal do seu processo criativo e trouxe à tona sua força contra as construções patriarcais, especialmente no âmbito do erotismo. Schneemann recebeu, em 2017, o Leão de Ouro na Bienal de Veneza pela sua carreira de 60 anos. Continuou produzindo obras potentes até sua morte, em 2019, com trabalhos voltados a questões sempre atuais, como a guerra do Vietnã, a guerra civil libanesa e os ataques de 11 de setembro.

1. Retrato de Carolee Schneemann
2. “My work became a bridge that had to be crossed by young feminists working with their bodies”, em entrevista para o The Guardian em 2014
3. Meat Joy (1964)
4. Fuses (1964-67)
5. Interior Scroll (1975)
6. Infinity Kisses (1981–1987)
7. Up to and Including Her Limits (1973–76)

Varvara Stepanova

1894-1958

Kaunas, Lituânia

Varvara Stepanova foi uma das fundadoras do Construtivismo Russo e sua contribuição para o design têxtil é uma de suas marcas mais valiosas para a história. Foi pintora, poeta, cenógrafa, designer gráfica, professora, tendo produzido um corpo de trabalho extenso e variado, incluindo pôsteres, livros, revistas e roupas. Estudou na Escola de Arte de Kazan e, no início de sua carreira, explorou uma ampla gama de tendências artísticas, do simbolismo ao realismo, interessada na fusão do som e da imagem, criando uma espécie de poesia visual. Ela também investigou o campo da colagem, trabalhando com fotografias, jornais e anúncios, trazendo um campo “legível” e geométrico para a obra. Depois da revolução de 1917, em parte de seus trabalhos passou a explorar o conceito do novo ser humano socialista – robótico, eficiente, dinâmico – estudando movimentos simples como pular, sentar, andar. Entretanto, logo direcionou suas habilidades artísticas para tornar a arte um campo de teste, que visava a criação de modelos para novos designs industriais. Suas inclinações ao estudo do movimento a levaram a projetar estruturas e padrões que se ajustavam à função da peça de roupa a que se destinavam, com uma atenção especial a qualidade dos tecidos que utilizava e a funcionalidade da trama do fio. Criou vestuários e uniformes em estampas geométricas com linhas e combinações de cores que valorizavam os movimentos. Também desenvolveu vestimentas utilitárias para trabalhadores e figurinos para teatro. Como legado, Varvara Stepanova criou conceitos de sustentabilidade para moda que repercutem até hoje: quanto mais útil e durável uma peça de roupa for, mais ela será utilizada e mantida no guarda-roupa.

  1. Retrato de Varvara Stepanova
  2. “Composition is the contemplative approach of the artist. Technique and Industry have confronted art with the problem of construction as an active process and not reflective”
  3. Billiard players (1920) – Museo Nacional Thyssen-Bornemisza
  4. Study the Old, but Create the New (1919)
  5. Design Têxtil (1924) – Coleção Privada
  6. Design Têxtil (1924) – Musée Pouchkine
  7. Circle Points, Teal and Orange (1923)

Liubov Popova

1889-1924

Ivanovskoe, Rússia

Liubov Popova viveu intensos e prolíficos 35 anos. Cresceu em um ambiente cercado de arte, estudou em importantes escolas russas e desenvolveu sua produção nos ateliês de reconhecidos artistas de vanguarda em Moscou. Liubov Popova foi pintora, artista gráfica, cenógrafa teatral, designer têxtil, professora e teórica da arte. Ocupando um lugar singular entre o futurismo e o cubismo, mergulhou em experimentações desde muito nova, explorando pintura não objetiva, abstrata ou sem objeto. Viajou por diversas cidades russas e italianas em busca de inspiração. Começou, então, a realizar pinturas mais dinâmicas, usando sombreamentos e realces para criar sensações de movimento. Seu corpo de trabalho pictórico é relativamente pequeno, pois rapidamente rejeitou a pintura de cavalete e, em 1921, se concentrou no que entendia como arte utilitária, adotando uma posição construtivista. Foi conhecida entre os seus pares contemporâneos como “artista-construtora”, usando suas habilidades artísticas para projetar novos objetos do cotidiano para produção em massa, assim como aventurou-se em colaborações para as artes cênicas. Sua atuação também se expandiu para o campo do ensino, lecionando sobre design têxtil na renomada escola Vkhutemas – Popova foi uma das primeiras mulheres a colaborar com essa indústria na União Soviética. Seus trabalhos – em pintura ou padrões têxteis – exploravam a natureza da linha, experimentando várias frentes para uma única ideia: assim, muitas de suas obras eram seriadas. Popova buscou produzir tecidos adequados às mulheres soviéticas de todas as esferas da vida, sem distinção de classe social ou ocupação. O seu falecimento, ainda muito jovem, interrompeu precocemente uma intensa e criativa carreira, muito prolífica mesmo em seu curto período.

  1. Retrato de Liubov Popova
  2. “Our new aim is the organisation of the material environment, i.e. of contemporary industrial production, and all active artistic creativity must be directed towards this”
  3. Seated Figure (1914-15)
  4. Space Force Construction (1921) – MOMA
  5. Textile Design (1924) – Private collection
  6. Set design for The Magnanimous Cuckold (1922)
  7. Textile Design (1923/1924)

Natalia Goncharova

1881-1962

Tula Governorate, Rússia

Uma das artistas mais representativas das vanguardas russas, Natalia Goncharova foi pintora, cenógrafa, figurinista, ilustradora, desenhista, designer de moda e escritora. Cresceu na área rural em uma família abastada e desde muito cedo teve contato com a arte. Durante toda a sua vida foi apaixonada pelo folclore russo e pela arte popular, especialmente pelo bordado. Estudou escultura na academia de arte de Moscou, mas foi na pintura que encontrou o seu meio preferido de expressão. Contudo, as mulheres que podiam frequentar os cursos eram proibidas de se diplomar, o que a levou a abandonar os estudos e perseguir uma formação em ateliês independentes. Sua produção inicial não era muito bem aceita, já que misturava influência das vanguardas francesas e o gosto por temas folclóricos. A origem russa de Natalia Goncharova era uma grande fonte inspiração para suas criações. Suas primeiras obras foram autorretratos, seguidos de trabalhos com um olhar especial para a cultura popular e camponesa. Porém, foi na combinação desses assuntos com a estética cubo-futurista que a artista encontrou seu caminho singular, chamado de Raionismo. Suas pinturas assumiram uma formalização mais abstrata, com cores fortes e linhas geometrizadas – uma tentativa de reproduzir os reflexos dos raios solares sobre a paisagem e os objetos. Passou a ser reconhecida como uma artista plural e inovadora, explorando novas técnicas, estilos e formatos. Realizou uma grande mostra individual, participou de exposições do grupo alemão Der Blaue Reiter com Gabriele Münter, colaborou com Sergei Diaghilev em figurinos e cenários para os Ballet Russes, produziu para o cinema, ilustrou livros, desenhou roupas no contexto da moda em Moscou e Paris, e desfilou maquiagens corporais futuristas. Uma de suas mais belas pinturas foi recorde de leilão em 2007, tornando Goncharova uma das mulheres a alcançar os mais altos valores no mercado de arte.

  1. Retrato de Natalia Goncharova
  2. “I feel free and full of courage, that is to say I am painting and that is how I express my ‘joie de vivre'”
  3. Peasant Woman from Tula Province (1910)
  4. Bluebells (1909)
  5. Set design Le Coq d’or (1914)
  6. Electric Lamp (1913)

Eva Hesse

1936-1970

Hamburgo, Alemanha

Eva Hesse viveu apenas 34 anos, mas deixou um extenso corpo de trabalho que influenciou gerações após sua precoce partida. Desde cedo demonstrando interesse pela arte, Hesse estudou na Escola de Arte Industrial, em NY, e posteriormente no Pratt Institute, na Cooper Union e na Escola de Arte e Arquitetura da Universidade de Yale. Quando começou a experimentar no campo da escultura, em 1962, estava envolvida com o mundo têxtil, trabalhando como designer e buscando um novo vocabulário criativo e material – em malhas, arame, barbante e cordões. Foi, assim, uma das pioneiras a experimentar os contornos fluídos do mundo orgânico e a simplicidade nos gestos artísticos. A artista manifestou nos trabalhos um completo fascínio pelo “absurdo”. Em 1967, iniciou sua pesquisa com o látex e, em 1968, estava indo e voltando entre ele e seu outro material favorito, a fibra de vidro. Eva Hesse compunha montagens poéticas e tridimensionais, de partes desiguais e distintas, que se organizam promovendo uma reflexão silenciosa sobre o mundo ao redor. Sua mistura de materiais e substâncias costuma provocar uma tensão, e, em algumas obras, a artista confunde e rompe as fronteiras entre pintura e escultura. Hesse evitava atribuir significados aos trabalhos, focando em suas dimensões corpóreas como peso, pele, volume, maleabilidade, estabilidade e flexibilidade. Uma parte significativa de sua obra derivou de duas semanas imersa em intensa produção de desenhos que posteriormente nortearam a construção de suas peças tridimensionais. Eva Hesse, vítima de um tumor cerebral, faleceu em 1970, deixando uma produção marcada pela ousadia experimental e entendimento e manipulação singulares dos materiais.

  1. Retrato de Eva Hesse de Herman Landshoff
  2. “I think art is a total thing. A total person giving a contribution. It is an essence, a soul. In my inner soul art and life are inseparable”
  3. Contingent (1969) – National Gallery of Australia
  4. Irregularidade Metronômica II (1966)
  5. No title (1969–1970) – Tate
  6. Hang Up (1966) – The Art Institute of Chicago

Lynda Benglis

1941-

Luisiana, EUA

Ao questionar os paradigmas do minimalismo e do modernismo Lynda Benglis inaugurou, junto a Eva Hesse, o que veio a ser definido como movimento pós-minimalista. Formada na McNeese State University, ela teve seu Bacharelado em Fine Arts pela Newcomb College, onde estudou cerâmica e pintura. Trabalhando com uma ampla variedade de materiais, como látex derramado, cera, poliuretano, cerâmica, bronze, papel, vídeo, vidro, neon, ela traz reflexões a cerca do corpo e da paisagem, da política sexual e de gênero. Em sua série mais famosa, em que representa “gestos congelados”, a artista rejeita a tela e propõe que tintas e espumas, ao escorrerem, ocupem o espaço da escultura. As cores e formas fluem e se fundem, formando um tapete abstrato. E ela usa a espuma, por exemplo, para estudar sua relação com a arquitetura e explora a tinta como uma declaração formal em relação à pintura. Os métodos pioneiros de “derramamento” fizeram dela uma das artistas mais aclamadas da arte contemporânea. Na década de 70, ela adotou precocemente o vídeo, produzindo conteúdo feminista e biográfico. Em seus estudos também desenvolveu uma série de trabalho em nós, leques, caroços e fontes d’água. E, mais recentemente, tem explorado heranças culturais -indiana, grega, chinesa-, trazendo técnicas e símbolos antigos para contextos contemporâneos.

  1. Fotografia de Lynda Benglis
  2. “I could have been easily a dancer. When I was very young I read about the famous ballerinas. I love the idea of movement.”
  3. Contraband (1969) – Whitney Museum
  4. Zanzidae: Peacock Series (1979)
  5. Zita (1972) – Rhode Island School of Design Museum
  6. Hills and Clouds (2014)

Louise Nevelson

1899-1988

Pereiaslav-Khmelnytski, Ucrânia

Louise Nevelson é uma das mais emblemáticas escultoras americanas do século XX. Suas esculturas e colagens tridimensionais abstratas desafiaram as regras da Arte de seu tempo. Ainda criança emigrou com sua família para os Estados Unidos. Se graduou no Art Students League de Nova York e iniciou seu trabalho na arte conceitual. Ainda nesse período, se dedicou à pintura e à impressão, ligada de algumas maneiras ao figurativismo. Sua primeira exposição solo aconteceu quando tinha 42 anos de idade. E seu reconhecimento chegou aos 60 anos, com obras influenciadas pela geometria do cubismo e as grandes escalas do expressionismo abstrato. Ao encontrar na escultura a maturação de seu trabalho, revolucionou a técnica, incorporando objetos rejeitados que recolhia na rua, agrupava, montava em caixas e pintava de forma monocromática, geralmente em preto fosco, que, para ela, representava todas as cores em uma só. Posteriormente, trouxe o branco e o dourado para seus trabalhos, ainda ocupando paredes inteiras e criando esculturas grandiosas. Suas obras se assemelham a quebra cabeças harmônicos, milimetricamente encaixados e perfeitamente incorporados. O seu corpo de trabalho propõe reflexões a cerca de temas como a realeza, a mortalidade, o casamento, o deslocamento e a tensão entre o espaço interior e exterior. Ela ainda explorou formas menores, trabalhando seus temas de maneira mais fácil e intuitiva, Louise Nevelson também fez poesia com papel, recortes de jornais e pedaços de madeira. Suas obras foram compradas e estão expostas nos mais famosos museus de todo o mundo.

  1. Fotografia de Louise Nevelson
  2. “I make collages. I join the shattered world creating a new harmony”
  3. Big Black (1963) – Museum of Modern Art
  4. An American Tribute to the British People (1960–4) – Tate Museum
  5. Mrs. N’s Palace (1964–77) – MET Museum
  6. Royal Tide II (1961–1963) – Whitney Museum

Zilia Sánchez

1926-

Havana, Cuba

Zilia Sánchez Domínguez foi uma das poucas mulheres com destaque nos anos 50 e 60. Sua produção era marcada por potentes pinturas esculturais tão eróticas quanto abstratas. Isso, contudo, não a impediu de ser deixada de lado pela historiografia recente. A história está em vias de transformação, com pesquisadores e curadores estudando seu corpo de trabalho e exposições circulando mundialmente. Nascida em Havana, Zilia Sánchez, hoje com 94 anos, desde muito cedo teve contato com arte. Seu pai pintava nas horas de lazer e seu vizinho, Víctor Manuel, era um artista já reconhecido – foi ele quem a ensinou a pintar. Sánchez formou-se na prestigiada Escuela Nacional de Bellas Artes San Alejandro. Ainda jovem, em 1959, uma de suas pinturas esteve na Bienal de São Paulo. Na década de 60, em Nova York, dedicou-se à gravura no Pratt Institute. Em Madrid, estudou conservação no Museu Nacional de Prado. Suas esculturas biomórficas, em paletas de preto, branco e cinza, seduzem e fogem do que já estamos acostumados na arte contemporânea. Por meio de curvas, relevos, ondulações e protuberâncias, a artista ergue “estruturas”, como ela denomina seus trabalhos. Essa tridimensionalidade da obra pode estar relacionada à paisagem, à geografia e, especialmente, ao corpo feminino. Suas obras parecem respirar sob a pele/tela marcada por traços ou linhas que Sánchez chama de “tatuagens”. Declaradamente lésbica, com um senso político bem humorado, a artista trouxe para seu trabalho a força das mulheres, criando uma nova linguagem visual pautada pela sensibilidade e sensualidade.

  1. Fotografia de Zilia Sanchéz em seu ateliê
  2. “An island has everything; and belongs to only one thing. Because I myself say, I am an island. Understand it and leave.”
  3. Trojan Women (1984) – Compañía de Turismo de Puerto Rico, San Juan.
  4. Destaque de uma parte da obra Trojan Women (1984)
  5. Juana de Arco (1987)
  6. Lunar con tatuaje (1968/96) – Coleção do artista
  7. Lunar V (1973) – Coleção de Ignacio J. López Beguiristain e Laura M. Guerra, San Juan
  8. Amazonas, série Erotic Topologies (1978)