Carolee Schneemann

1939-2019

Pensilvânia, EUA

Carolee Schneemann é considerada pioneira da performance e da body art. Suas contribuições para a arte feminista são imensuráveis, tendo trazido para sua obra questões de gênero e tabus sociais de maneira explícita e extremamente provocadora. No início de sua carreira foi pintora – e se definiu assim até o fim de sua vida, mesmo tendo também se tornado performer e realizadora. Se graduou em filosofia e poesia no Bard College, em pintura na Columbia University e fez seu mestrado na University of Illinois. Se dedicou a pinturas expressionistas abstratas, tendo um afeto especial para criações que ampliassem os movimentos das pinceladas e explorassem uma gestualidade dramática. Não tardou a ampliar seu campo de atuação para espaços tridimensionais, compondo performances que estudavam a relação entre poder e corpos, utilizando a si mesma, outras pessoas e materiais orgânicos e inorgânicos nas composições. Assim, foi uma das precursoras da performance como conhecemos hoje. Em 1962, ajudou a fundar o Judson Dance Theater, espaço que permitia que dançarinos e artistas apresentassem seus trabalhos fora do eixo ortodoxo e convencional. Em 1964, Carolee Schneemann lançou duas performances que a consagrariam na cena contemporânea: “Meat Joy”, no qual performers seminus interagiam em uma espécie de jantar ritualístico que culmina em vários tipos de carne animal e outros materiais sendo jogados uns nos outros; e o filme “Fuse”, no qual ela se filma fazendo sexo com seu companheiro e utiliza o rolo de filme para composições com fogo, tinta, linha e colagem. A artista usou o seu corpo como matéria principal do seu processo criativo e trouxe à tona sua força contra as construções patriarcais, especialmente no âmbito do erotismo. Schneemann recebeu, em 2017, o Leão de Ouro na Bienal de Veneza pela sua carreira de 60 anos. Continuou produzindo obras potentes até sua morte, em 2019, com trabalhos voltados a questões sempre atuais, como a guerra do Vietnã, a guerra civil libanesa e os ataques de 11 de setembro.

1. Retrato de Carolee Schneemann
2. “My work became a bridge that had to be crossed by young feminists working with their bodies”, em entrevista para o The Guardian em 2014
3. Meat Joy (1964)
4. Fuses (1964-67)
5. Interior Scroll (1975)
6. Infinity Kisses (1981–1987)
7. Up to and Including Her Limits (1973–76)

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Ana Carla Soler

Ana Carla Soler é historiadora da arte pela UERJ, relações públicas graduada pela Faculdade Cásper Líbero, pós-graduada em Marketing pela Universidad de Barcelona (ES) e especialista em Marketing Digital pela ESPM. Direciona sua pesquisa para a presença feminina no sistema da arte, atuando como curadora pesquisadora de mulheres artistas. Em 2023 foi selecionada para a Residência em Curadoria e Pesquisa do Instituto Inclusartiz e 2022 foi ganhadora do Edital de Pesquisa e Curadoria da Galeria OMA. Foi curadora de exposições como Abolicionistas, no Museu de Arte do Rio – MAR, Gravadas no Corpo, no Bananal (SP) e no Instituto Inclusartiz (RJ) e Tromba D’água no SESC São Gonçalo.

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