Marta Minujín

1943-

Buenos Aires, Argentina.

Marta Minujín é uma das mais sensacionais artistas argentinas. Nascida em Buenos Aires, ainda cedo em sua carreira recebeu uma bolsa para estudar em Paris. Durante três anos realizou trabalhos com colchões velhos descartados de hospitais e instituições psiquiátricas da cidade e ao fim do período de 3 anos na capital francesa, realizou uma performance-happening na qual destruiu todas as obras produzidas até então. Ao retornar para seu país natal, produziu um de seus mais reconhecidos projetos: La Menesunda – gíria que designa caos, bagunça. Colaborando com Rubèn Santantonín, criou em 1965 uma grande instalação imersiva com 16 ambientes distintos, como um grande labirinto. A obra, cheia de sons, texturas, luzes e cores (e até um casal que vivia em uma das salas), causou polêmica e tornou-se, ao mesmo tempo, uma das grandes atrações da cidade. Destruída após o período expositivo, foi recriada pela primeira vez em 2015, e figurou em importantes instituições como Tate Modern e New Museum. Em 1966, Marta Minujín recebeu uma bolsa do Guggenheim e mudou-se para Nova York – mesmo ano do golpe militar que instituiu uma ditadura na Argentina até 1970. A artista chegou a retornar a Buenos Aires em 1976, ano de um novo golpe ditatorial que derrubou a presidenta Isabel Perón. Em 1983, com o fim da nova ditadura, a artista realizou o seu mais importante trabalho: “Partenón de Libros”. Uma gigantesca estrutura de andaimes no formato do Partenón ateniense foi erguida no meio da Av. 9 de Julho na capital argentina, e revestida com 25 mil livros que haviam sido confiscados pelos militares em atos de censura e repressão. Os livros não incluíam apenas exemplares de autores mais subversivos como Karl Marx e Gramsci, mas também títulos inocentes como O Pequeno Príncipe. Ao final de 3 semanas de exibição, a instalação foi desmontada e todos os livros distribuídos entre a população.

  1. Retrato de Marta Minujín
  2. “Art is above religion and politics because all humans are capable of creating, and we are all artists”
  3. Menesunda (1965)
  4. La destrucción (1963)
  5. El partenón de libros (1983)
  6. El partenón de libros (1983) – outro ângulo
  7. Obelisco acostado (1978)
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Ana Carla Soler

Ana Carla Soler é historiadora da arte pela UERJ, relações públicas graduada pela Faculdade Cásper Líbero, pós-graduada em Marketing pela Universidad de Barcelona (ES) e especialista em Marketing Digital pela ESPM. Direciona sua pesquisa para a presença feminina no sistema da arte, atuando como curadora pesquisadora de mulheres artistas. Em 2023 foi selecionada para a Residência em Curadoria e Pesquisa do Instituto Inclusartiz e 2022 foi ganhadora do Edital de Pesquisa e Curadoria da Galeria OMA. Foi curadora de exposições como Abolicionistas, no Museu de Arte do Rio – MAR, Gravadas no Corpo, no Bananal (SP) e no Instituto Inclusartiz (RJ) e Tromba D’água no SESC São Gonçalo.

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