1894-1973
Campanha, Minas Gerais
Nascida no interior de Minas Gerais, Maria Martins foi uma artista versátil e uma mulher extraordinária. Foi escultora, desenhista, gravadora e escritora. Estudou nas melhores escolas, falou diversos idiomas, estudou música, foi apaixonada por literatura. Casou-se mais de uma vez, relacionando-se com Mondrian e Duchamp enquanto vivia um casamento aberto com Carlos Martins, um diplomata brasileiro. Viajou muito, morou em diversos lugares e foi figura presente nas rodas intelectuais e artísticas do Brasil e do mundo. Iniciou-se na escultura em 1926 e, a partir dali, estudou com Oscar Jespers e Jacques Lipchit. André Breton a introduziu aos círculos surrealistas e dadaístas. Suas primeiras esculturas tem forte relação com as lendas e a natureza Amazônica, trazendo influência de sua infância. “Amazônia”, “Cobra Grande”, “Boiúna”, “Yara”, “Yemanjá”, “Aiokâ”, “Iacy” e “Boto” são algumas das personagens do folclore brasileiro representadas pela artista. Seus trabalhos posteriores trazem uma antropofagia de corpos e figuras. Foi a primeira escultora brasileira a trazer referências ao sexo em seus trabalhos – pernas abertas, vulvas, relações sexuais. Maria Martins esteve envolvida com diversas instituições brasileiras, como a Bienal de São Paulo e o MAM do Rio, mas como artista permaneceu uma figura incompreendida em seu tempo e por seus pares – pelo conservadorismo da elite e pelo apego local aos moldes tradicionais da arte.
- Retrato de Maria Martins em seu ateliê
- “A arte é a resistência do mundo, e, no final, a vitória será nossa”, Maria Martins em entrevista para Time
- O impossível (1960) – MAM Rio
- L’Huitième voile O Oitavo Véu
- Yemenjá (1943) – MAM
- Não te Esqueças Nunca que Eu Venho dos Trópicos (1942) – Coleção particular