Lygia Clark

1920-1988

Belo Horizonte(MG)- Brasil

Lygia Clark se equilibra na linha entre o orgânico e o geométrico. Em criações inovadoras, a artista faz um salto radical para fora do plano da tela e cria estruturas que misturam escultura e interação, fazendo com que o expectador seja parte da obra. Nascida em Belo Horizonte (MG), cresceu em um ambiente conturbado e abusivo, o que marcou sua trajetória de forma indelével. Desde cedo apresentou aptidão para as artes, especialmente no desenho. Se casou aos 18 anos e aos 25 já tinha três filhos. Ainda assim, seguiu seus estudos de pintura com importantes nomes da arte, como Burle Marx, Zélia Salgado e Fernand Léger. No início de sua produção, estava voltada para telas de abstração geométrica com influência do modernismo europeu. Após ir morar Rio de Janeiro, encontrou a cena artística da cidade agitada em experimentos ousados ​​no construtivismo e na arquitetura modernista. Em 1954 passou a integrar o Grupo Frente, onde conheceu Lygia Pape e Hélio Oiticica. Foi dali que surgiu a fagulha que uniu Clark, Pape, Oiticica e outros artistas em torno do Manifesto Neo-concreto, texto seminal do final da década de 50 que criticava o excesso de regras do concretismo e buscava encontrar uma abordagem mais corporal, subjetiva e filosófica para a expressão artística. Nesse período, Lygia Clark estava começando a adotar uma linguagem corporal e sensorial em seu trabalho: das suas pinturas emergiram estruturas tridimensionais, como sua série mais marcante, “Bichos” (1960-63) e a ação performativa “Caminhando” (1964). Com o início da ditadura no Brasil, a artista se mudou para Paris, e foi convidada a lecionar na Sorbonne. Nesse período, começou formar um olhar crítico às instituições de arte, especialmente museus, investigando maneiras de se distanciar da arte tradicional. Mergulhada na psicanálise, passou a produzir em uma outra lógica – a artista considerava o trabalho uma espécie de terapia, na qual os objetos ocupavam o lugar da fala e do gesto. E, assim como as suas obras anteriores, essa nova produção exigia ainda mais ação e participação do espectador.

1. Retrato de Lygia Clark
2. “Se a perda da individualidade é de certa maneira imposta ao homem moderno, o artista lhe oferece uma revanche e a ocasião de encontrar-se.”
3. O Violoncelista (1951) – Coleção particular
4. Bicho linear (1960)
5. Caminhando (1964)
6. Trepante, versão 1 (1965) Fotografia Mario Grisolli – MoMA
7. A casa é o corpo: penetração, ovulação, germinação, expulsão (1968)
8. Baba Antropofágica (1973)

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