Leonora Carrington

1917-2011

Clayton-le-Woods, UK

Leonora Carrington traz em suas obras uma história de vida marcada pelos contos populares irlandeses, pelo mundo imaginativo de sua mãe – a quem ela descreveu como uma ‘mitóloga completa’ – e pelos horrores da segunda guerra mundial. Estudou pintura em Londres e viajou por vários países, mas foi ao conhecer Max Ernst que conheceu o surrealismo. A relação dos dois foi interrompida quando Ernst foi preso na Espanha por sua produção ser considerada “degenerada”. A prisão do amante no campo de concentração da Gestapo na década de 1930 levou Carrington a um colapso nervoso: ela foi internada em um hospício ao norte de Santander onde, trancafiada, recebeu doses cavalares de remédios. Toda a carga emocional de sua vida passou a ser refletida em seu trabalho desde então. Muitas de suas pinturas tem uma atmosfera perturbadora, são cheias de símbolos e constelações, animais híbridos, deusas gigantes, magia e criaturas enigmáticas – também são repletas de referências da mitologia celta e dos contos de fadas, que ricamente marcaram sua infância. Para poder sair da Europa dominada pelos nazistas e mudar-se para o México, Leonora Carrington casou-se por conveniência com o diplomata Renato Leduc, contando com a ajuda de Frida Kahlo nesta transação. Anos depois já no México, conheceu Imre Weisz, com quem teve 2 filhos e viveu até os 94 anos, tendo uma carreira de sucesso como pintora e autora. Leonora Carrington também foi uma das fundadoras do movimento de libertação das mulheres no México durante a década de 1970 e foi grande amiga de Remedios Varo, com que fez parte ativa do movimento Surrealista Mexicano. A artista, escultora e escritora relatou suas memórias no livro Down Below, onde relatou lindamente a relação entre loucura e arte que marcou sua vida.

  1. Retrato de Leonora Carrington
  2. “I didn’t have time to be anyone’s muse… I was too busy rebelling against my family and learning to be an artist.”, Leonora Carrington
  3. Green Tea (1942) – Museum of Modern Art, NY
  4. Mujeres conciencia (1973)
  5. And Then We Saw the Daughter of the Minotaur (1953) – Museum of Modern Art, NY
  6. Transference (1963) – Tate Modern
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Ana Carla Soler

Ana Carla Soler é historiadora da arte pela UERJ, relações públicas graduada pela Faculdade Cásper Líbero, pós-graduada em Marketing pela Universidad de Barcelona (ES) e especialista em Marketing Digital pela ESPM. Direciona sua pesquisa para a presença feminina no sistema da arte, atuando como curadora pesquisadora de mulheres artistas. Em 2023 foi selecionada para a Residência em Curadoria e Pesquisa do Instituto Inclusartiz e 2022 foi ganhadora do Edital de Pesquisa e Curadoria da Galeria OMA. Foi curadora de exposições como Abolicionistas, no Museu de Arte do Rio – MAR, Gravadas no Corpo, no Bananal (SP) e no Instituto Inclusartiz (RJ) e Tromba D’água no SESC São Gonçalo.

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