Lee Krasner

1908-1984

Nova York, EUA

Lee Krasner teve uma carreira muito singular. Vinda de uma família judia de tradições enraizadas, deixou de lado esse legado para tornar-se uma das mais importantes artistas do século XX – ainda que esse reconhecimento ainda não esteja consolidado, não temos medo de afirmá-la assim. Krasner estudou na Cooper Union, depois na Academia Nacional de Design, tendo também passado pela Art Students League de Nova York e sido aluna de Hans Hofmann por três anos (o único elogio recebido do professor foi em uma obra na qual ele disse que jamais diria que tinha sido pintada por uma mulher…). Na década de 1940 começou a expor e se casou com outro artista em 1945. Mudou-se para Long Island com ele – no espaçoso celeiro da propriedade ficava o ateliê de seu companheiro, enquanto Krasner pintava em um quarto de hóspedes na casa principal. Após a morte do seu marido, Lee Krasner passou a ocupar o mesmo celeiro, onde a luz era melhor, e passou a explorar maiores dimensões na pintura. Suas obras têm impacto visceral no expectador. Suas enormes telas abstratas são de uma profundeza impressionante, e Krasner também produziu centenas de colagens e desenhos com a mesma dedicação e maestria. Teve diferentes fases, algumas mais coloridas e outras mais sombrias: as cores para ela sempre foram um mistério, usadas de maneira inconsciente, sem obrigações ou limitações. A finalização de um trabalho era algo instintivo, sem forçar sua criatividade e deixando que suas produções ditassem o caminho que deveriam seguir. Lee produziu até os seus últimos dias de vida. Por muito tempo, Lee Krasner foi apenas conhecida como a mulher de Jackson Pollock. Mesmo depois de décadas da morte do marido, literaturas ainda falavam mais dele do que dela. Hoje, contudo, é possível contar sua história sob outras perspectivas.

  1. Lee Krasner em seu estúdio no celeiro (1962)
  2. “I think all painting is biographical, I think you can read any artist if you take the trouble to”, Lee Krasner
  3. Combat (1965)-National Gallery of Victoria, Melbourne, Austrália
  4. Prophecy (1956)-Galeria Kasmin, NYC, EUA
  5. Desert Moon (1955)-Art Resource, NYC, EUA
  6. Mesa de mosaico (1947)-Michael Rosenfeld Gallery LLC, NYC, EUA
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Ana Carla Soler

Ana Carla Soler é historiadora da arte pela UERJ, relações públicas graduada pela Faculdade Cásper Líbero, pós-graduada em Marketing pela Universidad de Barcelona (ES) e especialista em Marketing Digital pela ESPM. Direciona sua pesquisa para a presença feminina no sistema da arte, atuando como curadora pesquisadora de mulheres artistas. Em 2023 foi selecionada para a Residência em Curadoria e Pesquisa do Instituto Inclusartiz e 2022 foi ganhadora do Edital de Pesquisa e Curadoria da Galeria OMA. Foi curadora de exposições como Abolicionistas, no Museu de Arte do Rio – MAR, Gravadas no Corpo, no Bananal (SP) e no Instituto Inclusartiz (RJ) e Tromba D’água no SESC São Gonçalo.

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