Eva Hesse

1936-1970

Hamburgo, Alemanha

Eva Hesse viveu apenas 34 anos, mas deixou um extenso corpo de trabalho que influenciou gerações após sua precoce partida. Desde cedo demonstrando interesse pela arte, Hesse estudou na Escola de Arte Industrial, em NY, e posteriormente no Pratt Institute, na Cooper Union e na Escola de Arte e Arquitetura da Universidade de Yale. Quando começou a experimentar no campo da escultura, em 1962, estava envolvida com o mundo têxtil, trabalhando como designer e buscando um novo vocabulário criativo e material – em malhas, arame, barbante e cordões. Foi, assim, uma das pioneiras a experimentar os contornos fluídos do mundo orgânico e a simplicidade nos gestos artísticos. A artista manifestou nos trabalhos um completo fascínio pelo “absurdo”. Em 1967, iniciou sua pesquisa com o látex e, em 1968, estava indo e voltando entre ele e seu outro material favorito, a fibra de vidro. Eva Hesse compunha montagens poéticas e tridimensionais, de partes desiguais e distintas, que se organizam promovendo uma reflexão silenciosa sobre o mundo ao redor. Sua mistura de materiais e substâncias costuma provocar uma tensão, e, em algumas obras, a artista confunde e rompe as fronteiras entre pintura e escultura. Hesse evitava atribuir significados aos trabalhos, focando em suas dimensões corpóreas como peso, pele, volume, maleabilidade, estabilidade e flexibilidade. Uma parte significativa de sua obra derivou de duas semanas imersa em intensa produção de desenhos que posteriormente nortearam a construção de suas peças tridimensionais. Eva Hesse, vítima de um tumor cerebral, faleceu em 1970, deixando uma produção marcada pela ousadia experimental e entendimento e manipulação singulares dos materiais.

  1. Retrato de Eva Hesse de Herman Landshoff
  2. “I think art is a total thing. A total person giving a contribution. It is an essence, a soul. In my inner soul art and life are inseparable”
  3. Contingent (1969) – National Gallery of Australia
  4. Irregularidade Metronômica II (1966)
  5. No title (1969–1970) – Tate
  6. Hang Up (1966) – The Art Institute of Chicago
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Ana Carla Soler

Ana Carla Soler é historiadora da arte pela UERJ, relações públicas graduada pela Faculdade Cásper Líbero, pós-graduada em Marketing pela Universidad de Barcelona (ES) e especialista em Marketing Digital pela ESPM. Direciona sua pesquisa para a presença feminina no sistema da arte, atuando como curadora pesquisadora de mulheres artistas. Em 2023 foi selecionada para a Residência em Curadoria e Pesquisa do Instituto Inclusartiz e 2022 foi ganhadora do Edital de Pesquisa e Curadoria da Galeria OMA. Foi curadora de exposições como Abolicionistas, no Museu de Arte do Rio – MAR, Gravadas no Corpo, no Bananal (SP) e no Instituto Inclusartiz (RJ) e Tromba D’água no SESC São Gonçalo.

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