1938-
Bucaramanga, Colômbia.
Beatriz González usa múltiplos suportes para transmitir uma mensagem política e genuinamente latinoamericana. Desde muito nova já se entendia como artista. Estudou arte na Universidad de los Andes, em Bogotá, e gravura na Rijksakademie, em Amsterdam. Sempre teve uma relação próxima com o trabalho dos antigos mestres, começado sua carreira estudando pinturas clássicas de Vermeer e Velázquez. Sua trajetória se desenrolou em meio a turbulências sociais e políticas após o período de 10 anos conhecido como La Violencia (1948–1958), na Colômbia. Suas cores foram ficando mais saturadas, suas imagens mais planas e em seus trabalhos Beatriz Gonzáles passou a incorporar histórias da mídia regional. Sua série mais emblemática, Sisga Suicides I, II e III, reproduz a fotografia estampada no jornal de um casal que, sob influência do que a própria artista chamou de “insanidade mística”, se suicida em nome do amor. Tempos depois, passou a se apropriar de fotografias midiáticas mal impressas, geralmente borradas ou manchadas, de crimes cometidos em Bucaramanga. No início dos anos 1970, González começou misturar suas pinturas com um novo suporte, os móveis e os utensílios domésticos, combinando materiais baratos com obras-primas da história da arte. Nos anos 80, a gravura ocupa um importante espaço no pensamento da artista. Seu estilo foi, muitas vezes, rotulado como Pop Art, mas sua influência política e contexto social e cultural latino-americanos criam uma identidade própria para sua produção. A artista segue produzindo prolificamente e inovando constantemente seus campos de atuação.
- Fotografia de Beatriz González
- “Sometimes I see myself like a transgressor that didn’t fit in her time.” em entrevista ao Tate, 2015
- Los Suicidas del Sisga I (1965)
- La ultima mesa (1970)
- Mutis por el foro (1973)
- Interior Decoration (1981) – Tate
- Zócalo de la comedia (1983) – MoMA