Miriam Schapiro

1923-2015

Toronto, Canadá

Miriam Schapiro foi uma das primeiras artistas do movimento de arte feminista. Se graduou pela Universidade de Iowa e incursionou pela pintura no âmbito do expressionismo abstrato, estilo vigente na época dominado predominantemente por homens. Vivendo em Nova York, estava sempre dividida pelos papéis diferentes que tinha que performar: mulher, mãe, esposa, artista. Essa fragmentação levou Schapiro a enfrentar diversas crises no trabalho, inclusive até em um momento sentindo perder a capacidade de pintar. Passou, então, a explorar cada vez mais aspectos autobiográficos e pessoais em suas obras, cheias de simbolismos dessas várias partes fragmentadas da mulher na sociedade. Seu posicionamento ideológico cada vez mais alinhado ao feminismo logo se tornou um pilar de sua pesquisa, tendo sido uma artista muito influente não apenas na arte, mas também nas estruturas políticas-sociais. Na década de 70 foi uma das fundadoras do programa de arte feminista na inovadora escola de arte California Institute of the Arts, junto com Judy Chicago, onde estabeleceu bases importantes para um ensino feminista. Também com Judy Chicago, entre 1971 e 1972, criou a instalação “Womanhouse”, que usou ícones do trabalho doméstico para explorar os processos e a história da construção de gênero, ligando a herança cultural feminina com a expressão feminista progressista. Foi uma das fundadoras do movimento Pattern and Decoration, onde buscou reverter o preconceito do sistema com produções consideradas ornamentais, decorativas ou artesanais. Miriam Schapiro – conhecida como “Mimi” por suas amigas – chamou suas obras de “femmages”, pois traziam elementos inspirados nas artes e ofícios domésticos e artesanais, formando um híbrido entre pintura, costura e colagem. Também fez um estudo sobre si e sua ancestralidade como artista, ministrou aulas e deu palestras até o final de sua vida, deixando um extenso corpo de trabalho, coeso e representativo, e um legado como artista e educadora.

1. Retrato de Miriam Schapiro em seu ateliê
2. “Where is the mirror in the world to reveal who I am?”
3. Fanfare (1958)
4. Shrine (1964) – University of Iowa Stanley Museum of Arte
5 Ox (1968) – Brooklyn Museum
6. Anonymous was a Woman (1976) – Brooklyn Museum

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Ana Carla Soler

Ana Carla Soler é historiadora da arte pela UERJ, relações públicas graduada pela Faculdade Cásper Líbero, pós-graduada em Marketing pela Universidad de Barcelona (ES) e especialista em Marketing Digital pela ESPM. Direciona sua pesquisa para a presença feminina no sistema da arte, atuando como curadora pesquisadora de mulheres artistas. Em 2023 foi selecionada para a Residência em Curadoria e Pesquisa do Instituto Inclusartiz e 2022 foi ganhadora do Edital de Pesquisa e Curadoria da Galeria OMA. Foi curadora de exposições como Abolicionistas, no Museu de Arte do Rio – MAR, Gravadas no Corpo, no Bananal (SP) e no Instituto Inclusartiz (RJ) e Tromba D’água no SESC São Gonçalo.

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