Lavinia Fontana

1552-1614

Bolonha, Itália

Primeira mulher artista reconhecida a pintar nus femininos e a abrir sua própria oficina. Foi parte importante no sustento de uma família de 13. Uma artista que soube usar de estratégia para se posicionar no meio artístico Renascentista. Pintora que evoluiu dos retratos à pintura religiosa e de famílias e grupos, algo não comum para pintoras mulheres de sua época. Seu trabalho se desenvolveu entre Bolonha e Roma, na Itália, com uma imagem social equilibrada e sendo disputada entre as mulheres da realeza de Bolonha. Filha do pintor Prospero Fontana, sua fama de retratista era valorizada pelos cuidados com os detalhes em cena, como jóias, bordados e tecidos. Das 100 obras documentadas hoje, 32 são obras assinadas e datadas. Há mais 25 que podem ser atribuídas a ela, formando o maior conjunto de trabalhos de qualquer artista feminina antes de 1700.

  1. Self-Portrait with the Spinet Accompanied by a Handmaiden (1577) – Accademia Nazionale di San Luca, Roma
  2. Portrait of a Lady with a Dog (aprox. 1584) – Auckland Art Gallery
  3. Portrait of Bianca degli Utili Maselli with her six children (1605)
  4. Venere e Cupido (1592) – Musée des Beaux-Arts de Rouen

Catharina van Hemessen

1528-1588

Antuérpia, Bélgica

É tida como a mais antiga pintora renascentista flamenga com trabalhos reconhecidos. Catharina van Hemessen também carrega o ineditismo em ser uma das primeiras mulheres artistas a pintar um autorretrato afirmando-se como artista – isto é, uma pintura na qual figura pintando em seu cavalete. Como muitas das artistas que sobreviveram aos apagamentos da história, Catharina van Hemessen , trabalhava com o pai, que também era artista. Um dos destaques de seus trabalhos reside na construção dos corpos e no foco nos retratos, apesar das impossibilidades de realizar estudos da anatomia com modelos vivos ou cadáveres.

  1. Autorretrato (1548) – Öffentliche Kunstsammlung, em Basileia
  2. Portrait of a Lady in 16th Century Dress – Bowes Museum
  3. Young Woman Playing the Virginals (1548) – Cologne, Wallraf-Richartz Museum
  4. Portrait of a Woman (1540 – 1550)

Plautilla Nelli

1524-1588

Florença, Itália

Tendo se tornado freira aos 14 anos, Plautilla Nelli é talvez a primeira pintora renascentista de que temos registro. Sua formação se dá de maneira autodidata dentro do convento, inspirada pela obra de Girolamo Savonarola, pintor religioso, e pelos desenhos de Frade Bartolomeo. Muito do que evoluiu na pintura, predominantemente religiosa, veio de um esforço de criar dentro do convento uma espécie de guilda de artistas. Tamanho foi o reconhecimento que obteve que ensinava outras freiras a pintar e, juntas, vendiam várias obras aos mecenas florentinos. Foi uma das poucas mulheres citadas por um dos primeiros historiadores de arte, Giorgio Vasari, no seu livro “Le Vite de’ più eccellenti pittori, scultori, ed architettori”. É reconhecida também por ser a única mulher de que se tem notícia a ter pintado o episódio bíblico d’A Última Ceia, obra restaurada e apresentada ao público no final de 2019.

  1. Sem título
  2. “Orem pela pintora” frase escrita em sua obra “A Última Ceia”
  3. A última ceia (1515-1520) – Basílica de Santa Maria Novella – único trabalho assinado por Plautilla Nelli conhecido
  4. Lamentação com Santos (1569)
  5. Visão de St. Catherine de Cristo

Artemisia Gentileschi

1593-1653

Roma, Itália

Artemisia Gentileschi talvez seja o nome feminino de maior reconhecimento entre o renascimento e o barroco europeu. Primogênita de um pai pintor, Orazio Gentileschi, ela cresceu no Ateliê, cercada pelos irmãos que não demonstravam tanto interesse ou jeito para a arte. Há um apelo muito grande em sua história pessoal, depois de ter sido vítima de um estupro de um pintor amigo de seu pai e, na época, seu professor. O escândalo, o julgamento criminal, as pinturas realizadas entre 1611 e 1612 e todas as fofocas são um material já bastante explorado na literatura especializada. Mas é possível falar de Artemisia Gentileschi para além da posição de vítima. Ela foi capaz de pintar personagens femininas heróicas de maneira tão singular que suas obras rivalizam a de grandes mestres, especialmente quando citamos a cena bíblica de Judite decapitando Holofernes. Mas o entendimento de Gentileschi sobre a forma feminina também é um aspecto único em sua produção, que também inclui autorretratos.

Dica de leitura: “Artemisia Gentileschi: trajetória biográfica e representações do feminino”, por @cristinetedesco

  1. Autoretrato (1615 e 1617) – Allen Phillips/Wadsworth Atheneum
  2. Declaração trocada em cartas com Galileu Galilei
  3. Judith decapitando Holofernes (1612-1613) – Museu de Capodimonte, Nápoles
  4. Autorretrato como Alegoria da Pintura (1638 e 1639) – Windsor (Inglaterra), Royal Collection
  5. Susana e os anciões (1610-1611) – Schloss Weißenstein, em Pommersfelden, Alemanha

Sofonisba Anguissola

1532-1625

Cremona, Itália

Sofonisba Anguissola vinha de uma família da baixa aristocracia e recebeu ensino em artes desde jovem no Ateliê de Bernardino Campi, iniciativa rara para o século 16. Seu pai acreditava que educação em artes era um prestígio social na corte, e, logo, Sofonisba começou a ser reconhecida por seu talento, primeiro em autorretratos, depois na retratística profissional. Foi provavelmente a primeira artista a ter uma carreira local e internacional, ao ser convidada para trabalhar na corte Espanhola de Filipe II, onde permaneceu por 14 anos. Entre seus retratos mais notórios estão os registros de duas das mulheres de Filipe, Isabel de Valois e Ana da Áustria. Sofonisba Anguissola se tornou uma referência para as artistas mulheres que buscavam seguir carreira profissional.

  1. Auto-Retrato (1556) – Palácio de Łańcut
  2. Bernardino Campi pintando Sofonisba Anguissola (1559)
  3. A partida de xadrez (1555) – Muzeum Narodowe (National Museum), Poznán, Poland
  4. Self-Portrait (1610)