1908-1963
Anglès, Espanha
Uma maga dos símbolos, Remedios Varo pinta de modo a ativar a consciência adormecida do espectador. Nascida na Espanha, aprendeu a desenhar com seu pai, que depois também a iniciou na pintura. Estudou na Real Academia de Belas-Artes de São Fernando, em Madri, onde entrou em contato com o Surrealismo. Obteve seu diploma em 1930, ano em que se casou com seu primeiro marido, Gerardo Lizárraga. Em 1937, conheceu o ativista e artista Esteban Francés, deixando Lizárraga para lutar na Guerra Civil Espanhola. Escapando da violência da Guerra, muda-se para Paris com Francés e o poeta Benjamin Péret – lá, dividia um estúdio com os dois, formando uma espécie de triângulo amoroso. Foi por meio de Péret que Varo conheceu André Breton e o círculo de surrealistas, incluindo Leonora Carrington, Dora Maar, Roberto Matta, Wolfgang Paalen e a própria Frida Kahlo. Sua produção, no entanto, ainda era bastante irregular. Com a II Guerra, Varo fugiu para o México (em parte por influência de Frida), onde realizou seu grande corpo de trabalho: pintou mais de 500 obras, tornando-se uma alquimista de técnicas antigas e estratégias modernas, alcançando texturas incomuns, e empregando elementos cheios de simbologia, traduzindo sentimentos e vivências em composições executadas com maestria. Suas pinturas tem um aspecto duplo de atmosfera abstrata e de desenho primoroso, povoadas por seres místicos e esotéricos, usando referências da religião, da física, da filosofia, da biologia e da botânica. Remedios Varo hoje, começa a ser reconhecida fora do México, e é, talvez, dentre as pintoras surrealistas, a mais capaz de comunicar o incomunicável.
- Retrato de Remedios Varo (1959)
- “Hoje eu não pertenço a nenhum grupo; eu pinto o que me ocorre e é tudo”, Remedios Varos
- Dolor reumático (1948) – Museu de Arte do México (MAM), México
- Woman Leaving the Psychoanalyst’s Office (1960) – Museu de Arte do México (MAM), México
- Les feuilles mortes (1956)
6.The Juggler (The Magician) (1956) – Museum of Modern Art, NY, EUA