Plautilla Nelli

1524-1588

Florença, Itália

Tendo se tornado freira aos 14 anos, Plautilla Nelli é talvez a primeira pintora renascentista de que temos registro. Sua formação se dá de maneira autodidata dentro do convento, inspirada pela obra de Girolamo Savonarola, pintor religioso, e pelos desenhos de Frade Bartolomeo. Muito do que evoluiu na pintura, predominantemente religiosa, veio de um esforço de criar dentro do convento uma espécie de guilda de artistas. Tamanho foi o reconhecimento que obteve que ensinava outras freiras a pintar e, juntas, vendiam várias obras aos mecenas florentinos. Foi uma das poucas mulheres citadas por um dos primeiros historiadores de arte, Giorgio Vasari, no seu livro “Le Vite de’ più eccellenti pittori, scultori, ed architettori”. É reconhecida também por ser a única mulher de que se tem notícia a ter pintado o episódio bíblico d’A Última Ceia, obra restaurada e apresentada ao público no final de 2019.

  1. Sem título
  2. “Orem pela pintora” frase escrita em sua obra “A Última Ceia”
  3. A última ceia (1515-1520) – Basílica de Santa Maria Novella – único trabalho assinado por Plautilla Nelli conhecido
  4. Lamentação com Santos (1569)
  5. Visão de St. Catherine de Cristo

Artemisia Gentileschi

1593-1653

Roma, Itália

Artemisia Gentileschi talvez seja o nome feminino de maior reconhecimento entre o renascimento e o barroco europeu. Primogênita de um pai pintor, Orazio Gentileschi, ela cresceu no Ateliê, cercada pelos irmãos que não demonstravam tanto interesse ou jeito para a arte. Há um apelo muito grande em sua história pessoal, depois de ter sido vítima de um estupro de um pintor amigo de seu pai e, na época, seu professor. O escândalo, o julgamento criminal, as pinturas realizadas entre 1611 e 1612 e todas as fofocas são um material já bastante explorado na literatura especializada. Mas é possível falar de Artemisia Gentileschi para além da posição de vítima. Ela foi capaz de pintar personagens femininas heróicas de maneira tão singular que suas obras rivalizam a de grandes mestres, especialmente quando citamos a cena bíblica de Judite decapitando Holofernes. Mas o entendimento de Gentileschi sobre a forma feminina também é um aspecto único em sua produção, que também inclui autorretratos.

Dica de leitura: “Artemisia Gentileschi: trajetória biográfica e representações do feminino”, por @cristinetedesco

  1. Autoretrato (1615 e 1617) – Allen Phillips/Wadsworth Atheneum
  2. Declaração trocada em cartas com Galileu Galilei
  3. Judith decapitando Holofernes (1612-1613) – Museu de Capodimonte, Nápoles
  4. Autorretrato como Alegoria da Pintura (1638 e 1639) – Windsor (Inglaterra), Royal Collection
  5. Susana e os anciões (1610-1611) – Schloss Weißenstein, em Pommersfelden, Alemanha