Mary Moser

1744-1819

Londres, Reino Unido

Para apresentar Mary Moser, é imprescindível apontar que sua importância para o mundo das artes é gigante. Ela e Angelica Kauffman foram as únicas duas mulheres envolvidas na fundação da Royal Academy. Como muitas das artistas de destaque nos séculos XVII, XVIII e XIX, veio de uma família de artistas – seu pai era pintor e a incentivou e iniciou na pintura. Aos 14 anos ganhou um prêmio da Society of Arts pela qualidade de suas pinturas florais. Apesar de ter também realizado retratos e pintado cenas históricos, a perfeição com que pintava flores foi o que lhe deu destaque em vida. Com 24 anos, foi convidada para ingressar na Royal Academy of Arts. Casou-se apenas aos 49 anos, algo quase impossível para a época! Depois disso passou a assinar suas obras como Mary Lloyd. Uma doença, que ocasionou a perda de visão, impediu que Mary Moser continuasse pintando, mas não a impediu de seguir ativa nos assuntos das Assembléias da Royal Academy. E, como uma mulher absolutamente competente, chegou até mesmo a ser indicada à presidência da instituição.

  1. Mary Moser, painted by George Romney (1770-71) – National Portrait Gallery, Londres, UK
  2. Vase of Flowers (s.d.) – Fitzwilliam Museum, University of Cambridge, UK
  3. Spring (ca. 1780) – Royal Academy of Arts
  4. Summer (ca. 1780) – Royal Academy of Arts
  5. Recorte da obra de Henry Singleton na qual aparece Mary Moser e Angelica Kauffman
  6. Henry Singleton, The Royal Academicians in General Assembly (1795) – Royal Academy of Arts

Abigail de Andrade

1864-1890

Vassouras, Rio de Janeiro

Abigail de Andrade foi a mais significativa pintora do século XIX no Brasil, tanto por seu talento plástico, quanto pela consistência de suas obras, e também pelo (merecido) reconhecimento crítico que chegou a receber em vida. Sua trajetória foi bastante transgressora. Nascida em Vassouras, uma rica região cafeicultora no RJ, Abigail deixou sua cidade para ir aprimorar seus estudos na capital. Em 1881, se matricula no Liceu de Artes e Ofícios – neste mesmo ano a escola havia criado um curso que aceitaria, finalmente, artistas mulheres como alunas. Em 1884, participou da XXVI Exposição Geral de Belas Artes com 14 obras, recebendo a cobiçada medalha de ouro pela pintura Cesto de Compras. Já vivendo em Paris com Angelo Agostini e a filha do casal, Angelina, pinta uma de suas mais celebradas obras, “Interior de Ateliê”, na qual retrata-se a si mesma posando para o marido. Ainda no início de uma carreira já brilhante, em 1890, Abigail de Andrade deu a luz a um filho que logo morreu de tuberculose, ao que se seguiu sua própria morte, meses depois.

  1. Mulher sentada diante de uma escrivaninha (1889) – Coleção particular
  2. Estrada do Mundo Novo com Pão de Açúcar ao Fundo (1888) – Coleção Hecilda e Sergio Fadel, Rio de Janeiro, Brasil
  3. Interior de Ateliê (1889) – Coleção Hecilda e Sergio Fadel, Rio de Janeiro, Brasil
  4. Cesto de Compras (1884) – Coleção particular, Rio de Janeiro, Brasil

Clara Peeters

1594-1657

Antuérpia, Bélgica

Clara Peeters esteve entre as pintoras da Era de ouro dos Países Baixos. Apesar de termos poucas informações sobre a artista – seu local de nascimento não está documentado, assim como são escassos os registros sobre sua vida – Peeters fez seu nome pintando naturezas-mortas na Antuérpia. Há cerca de trinta e nove pinturas com a assinatura Peeters ou alguma inscrição com seu nome, além de outros trabalhos plausivelmente atribuídos a ela, e apenas 11 deles têm data. Em sua obra destacam-se utensílios de prata e bronze, incluindo uma faca prateada que figura em várias de suas pinturas, além de alimentos considerados “chiques”: queijos, sal refinado e nozes. Mas o que chama a atenção, no entanto, não são os objetos retratados, mas sim a maneira sutil na qual Clara Peeters esconde seu próprio reflexo nas peças com brilho, como taças, jarras e facas. Assim, seu rosto aparece de maneira discreta em algumas pinturas.

  1. Pintura estilo Vanitas de Clara Peeters (aprox. 1610)
  2. Table with a cloth, salt cellar, gilt tazza, pie, jug, porcelain dish with olives, and roast fowl (1611) – Museo Nacional del Prado
  3. Still Life with fish, a candle, artichokes, crab and prawns – Museo Nacional del Prado
  4. Still Life with Flowers, a Silver-gilt Goblet, Dried Fruit, Sweetmeats, Bread sticks, Wine (1611) – Museo Nacional del Prado
  5. Recortes de obras com a Clara Peeters refletida