1927-2004
Nova Friburgo(RJ) – Brasil
Lygia Pape, apesar de não ter tido uma formação acadêmica tradicional, cresceu em uma família envolta em arte, com uma paixão especial para a música. Esteve sempre conectada nos cenários artísticos e grupos de vanguarda. Criou, no início de sua trajetória, um vocabulário puro em minimalismos e padrões geométricos, questionando a natureza bidimensional da tela. Foi uma das precursoras da arte geométrica no Brasil, com uma habilidade singular para a simetria, aplicando relevos em padrões perfeitos. Lygia Pape, ao participar do Grupo Frente (importante movimento brasileiro de arte concreta e um marco no movimento construtivo das artes plásticas), conheceu Hélio Oiticica e Lygia Clark. Nesse período, criou uma das obras mais disruptivas da História da Arte no Brasil, o “Ballet Neoconcreto I” (1958), no qual cilindros e paralelepípedos coloridos ocupam o espaço do palco e bailarinos dentro dessas formas geométricas constroem uma coreografia de cores e movimentos. Junto de Oiticica, Clark, Amílcar de Castro, Ferreira Gullar, Franz Weissmann e de outros artistas escreveu o manifesto Neoconcreto em 1959, propondo uma integração entre arte e vida e uma maior participação do público – o que levou a cabo em muitos de seus próprios trabalhos. Em 1968 criou o “Divisor”, um dispositivo no qual uma multidão preenche um vasto tecido branco de 30 por 30 metros, colocando a cabeça nas várias aberturas existentes. Seu trabalho sempre foi marcado pela inovação, provocando inúmeras reflexões, enfrentando questões políticas e sociais e, de uma certa maneira, tensionando constantemente o funcionamento do mercado de arte. Lygia Pape também escreveu diversos livros e poesias, trabalhou com roteiro, montagem e direção cinematográfica, atuou no mercado publicitário – tendo criado as famosas embalagens dos biscoitos Piraquê. É, sem dúvidas, umas das artistas mais importantes do Brasil.
- Lygia Pape
- “Eu sempre quero inventar uma nova linguagem que seja diferente para mim e para os outros(…)Quero descobrir coisas novas. Porque, para mim, arte é uma forma de conhecer o mundo”
- Livro do tempo (1961-1963)
- O Ovo (1968)
- Divisor (1968)
- Teia (2000)
- Ballet Neoconcreto I