Fanny Paul Volk

1867-1948

Leipa, Alemanha

Fanny Paul Volk veio para o Brasil depois que sua mãe, a fotógrafa Anna Paul, emigrou da Alemanha para o Brasil no final do século XIX. Anna conheceu o também fotógrafo Adolpho Volk na viagem e ambos estabeleceram-se em Curitiba. Juntos, abriram o estúdio Photographia H. A. Volk, trabalhando em conjunto. Fanny chegou no ano seguinte, imediatamente envolvendo-se no ofício da mãe e casando-se com Adolpho em 1886. O estúdio fez muito sucesso, atendendo a elite curitibana ao registrar os casamentos, retratar os políticos e a elite, sempre seguindo um certo estilo europeu. Fanny, no entanto, ficou sozinha em 1904 – sua mãe já havia falecido e Adolpho decidiu deixar a mulher e a filha e retornar à Alemanha, para nunca mais voltar. A artista passou, então, a gerenciar sozinha o negócio, postura ousada em uma época na qual mulheres não trabalhavam, muito menos tocavam negócios de maneira independente – ainda mais uma mulher separada. Mas a fama do estúdio e o reconhecimento profissional de Fanny acabaram tornando-a uma exceção. Seu trabalho foi tão bem aceito que ela acabou, inclusive, expandindo sua atuação fotográfica para “invadir” também domínios masculinos ao ser incumbida de fotografar fachadas, fábricas e até obras públicas pela cidade. É de Fanny Volk as fotografias de uma fábrica de sapato em Curitiba, nas quais ela traz uma importante reflexão de gênero para a época. A artista retratou o mesmo local com duas situações distintas: na primeira as mulheres da fábrica estavam posicionadas à frente da fotografia e, na segunda, os homens estavam posicionados na parte frontal da imagem.

  1. Retrato de Fanny Volk
  2. Fábrica de Calçados Hatschbach (1904) – Arquivo: Casa da Memória
  3. Interior da Fábrica de Calçados da Família Hatschbach (1904) – Arquivo: Casa da Memória
  4. Empresa de Saneamento em Curitiba (1906) – Arquivo: Casa da Memória
  5. Estrada de Ferro (1914) – Arquivo: Casa da Memória