Dorothea Lange

1895-1965

Nova Jersey, EUA

Dorothea Lange nunca viu seu trabalho como arte. O que ela buscava era realizar mudanças sociais. Se formou na Universidade de Columbia, em Nova York, onde começou a mergulhar a fundo na fotografia. Iniciou sua carreira produzindo retratos em estúdio, entretanto, pela sua enorme habilidade em registrar as circunstâncias urgentes ao seu redor foi rapidamente reconhecida e contratada para produzir nas ruas. Eternizou em imagens a Grande Depressão nos Estados Unidos no período entre guerras. Em um projeto encomendado por uma agência do governo americano, viajou pela Califórnia, documentando famílias rurais deslocadas e trabalhadores imigrantes devastados pela crise econômica do país. Suas fotografias conseguiram direcionar ajuda humanitária para regiões que não estavam sendo atendidas. DorotheaLange valorizava a composição “imagem + palavra” e coletava notas de campo, letras de canções populares e pedaços de notícias. Mesmo em suas produções mais desafiadoras, como quando fotografou nipo-americanos nas escolas antes de serem encaminhados para campos de internamento, conseguiu trazer um foco empático, direcionando suas imagens para o patriotismo. Seu trabalho contribuiu para fortalecer a fotografia documental e social em todo o mundo. Trabalhou incansavelmente, desde a década de 1910 até sua morte em 1965. Hoje, sua obra representa a fotografia com crítica social e capacidade de direcionar a atenção do expectador para o que realmente importa na composição das imagens.

  1. Dorothea Lange sentada em um Ford Modelo 40 na Califórnia, em seu colo está uma câmera Graflex 4×5 SerieD
  2. “Bad as it is, the world is potentially full of good photographs. But to be good, photographs have to be full of the world”, Dorothea Lange
  3. Migrant Mother, Nipomo, California (1936) – The Museum of Modern Art
  4. White Angel Bread Line, San Francisco (1933) – The Museum of Modern Art
  5. Ex-Slave with a Long Memory, Alabama (1938)
  6. Pledge of Allegiance at Raphael Weill Elementary School a Few Weeks Prior to Evacuation, San Francisco (1942)

Abigail de Andrade

1864-1890

Vassouras, Rio de Janeiro

Abigail de Andrade foi a mais significativa pintora do século XIX no Brasil, tanto por seu talento plástico, quanto pela consistência de suas obras, e também pelo (merecido) reconhecimento crítico que chegou a receber em vida. Sua trajetória foi bastante transgressora. Nascida em Vassouras, uma rica região cafeicultora no RJ, Abigail deixou sua cidade para ir aprimorar seus estudos na capital. Em 1881, se matricula no Liceu de Artes e Ofícios – neste mesmo ano a escola havia criado um curso que aceitaria, finalmente, artistas mulheres como alunas. Em 1884, participou da XXVI Exposição Geral de Belas Artes com 14 obras, recebendo a cobiçada medalha de ouro pela pintura Cesto de Compras. Já vivendo em Paris com Angelo Agostini e a filha do casal, Angelina, pinta uma de suas mais celebradas obras, “Interior de Ateliê”, na qual retrata-se a si mesma posando para o marido. Ainda no início de uma carreira já brilhante, em 1890, Abigail de Andrade deu a luz a um filho que logo morreu de tuberculose, ao que se seguiu sua própria morte, meses depois.

  1. Mulher sentada diante de uma escrivaninha (1889) – Coleção particular
  2. Estrada do Mundo Novo com Pão de Açúcar ao Fundo (1888) – Coleção Hecilda e Sergio Fadel, Rio de Janeiro, Brasil
  3. Interior de Ateliê (1889) – Coleção Hecilda e Sergio Fadel, Rio de Janeiro, Brasil
  4. Cesto de Compras (1884) – Coleção particular, Rio de Janeiro, Brasil