Anita Malfatti

1889-1964

São Paulo, Brasil

Anita Malfatti é, provavelmente, a artista mais conhecida entre as brasileiras que abordamos no curso e, até aqui, no “Elas Estão Aqui na Arte”. Anita Malfatti foi desenhista, gravadora, ilustradora e professora. Se dedicou intensamente à arte, tendo estudado na Alemanha e nos Estados Unidos. Sua obra e suas conquistas estéticas merecem ser enaltecidas sem restrição: as cores fortes, pinceladas firmes e marcadas e um descompromisso com o mimetismo estético são elementos cruciais em sua produção. É possível atribuir a ela a gênese de parte do movimento modernista no país, já que a artista foi responsável por causar furor e revolta na cena artística paulista em 1917 com uma exposição de seus trabalhos recentes, seguida de críticas muito duras e implacáveis – incluindo o texto “Paranoia ou Mistificação?”, de Monteiro Lobato, publicado em um jornal da época. A polêmica em torno de Malfatti e suas pinturas foi fundamental para a articulação dos artistas que viriam, mais tarde, a realizar a Semana de Arte Moderna, em 1922.

  1. Fotografia de Anita Malfatti em seu ateliê
  2. “E eu via cores, cores e cores riscando o espaço, cores que eu desejaria fixar para sempre na retina assombrada. Foi a revelação: voltei decidida a me dedicar à pintura”, Anitta Malfatti ao descrever sua experiência de quase morte ao tentar um suicídio na estação de trem Barra Funda, em São Paulo
  3. O Homem de Sete Cores (1916) – Museu de Arte Brasileira, FAAP, São Paulo, SP
  4. A ventania (1917) – Acervo dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo, Brasil
  5. As duas Igrejas (Itanhaém) (1940) – Coleção Particular, São Paulo, Brasil
  6. Samba (1945) – Coleção Gabriel de Castro Oliveira, São Paulo, Brasil

Abigail de Andrade

1864-1890

Vassouras, Rio de Janeiro

Abigail de Andrade foi a mais significativa pintora do século XIX no Brasil, tanto por seu talento plástico, quanto pela consistência de suas obras, e também pelo (merecido) reconhecimento crítico que chegou a receber em vida. Sua trajetória foi bastante transgressora. Nascida em Vassouras, uma rica região cafeicultora no RJ, Abigail deixou sua cidade para ir aprimorar seus estudos na capital. Em 1881, se matricula no Liceu de Artes e Ofícios – neste mesmo ano a escola havia criado um curso que aceitaria, finalmente, artistas mulheres como alunas. Em 1884, participou da XXVI Exposição Geral de Belas Artes com 14 obras, recebendo a cobiçada medalha de ouro pela pintura Cesto de Compras. Já vivendo em Paris com Angelo Agostini e a filha do casal, Angelina, pinta uma de suas mais celebradas obras, “Interior de Ateliê”, na qual retrata-se a si mesma posando para o marido. Ainda no início de uma carreira já brilhante, em 1890, Abigail de Andrade deu a luz a um filho que logo morreu de tuberculose, ao que se seguiu sua própria morte, meses depois.

  1. Mulher sentada diante de uma escrivaninha (1889) – Coleção particular
  2. Estrada do Mundo Novo com Pão de Açúcar ao Fundo (1888) – Coleção Hecilda e Sergio Fadel, Rio de Janeiro, Brasil
  3. Interior de Ateliê (1889) – Coleção Hecilda e Sergio Fadel, Rio de Janeiro, Brasil
  4. Cesto de Compras (1884) – Coleção particular, Rio de Janeiro, Brasil